Muitos pesquisadores começaram a estudar os efeitos do divórcio em criança; após muito estudo chegaram à conclusão que há diferença entre reações imediatas ou de longo prazo (mais de dois anos).
As reações de longo prazo dos filhos apresentam grande variação, dependendo da forma como os pais reagem às crianças durante e após a separação. Em especial, o grau de harmonia ou desarmonia entre os pais, percebido pelas crianças depois do divórcio, é o mais importante determinante do ajustamento a longo prazo. Por outro lado, as reações dos filhos a curto prazo costumam ser mais uniformes.
Os pesquisadores constataram que quase todas as crianças ficam perturbadas logo que ocorre a separação. As crianças em geral não entendem o que está acontecendo, mesmo que conheçam muitas outras crianças que passaram pela experiência do divórcio. Como norma, elas ficam a princípio chocadas e surpresas com a separação. Mesmo quando há muitas brigas, tensões ou infelicidade em casa, as crianças não desejam o divórcio. Elas não se sentem aliviadas nem o aceitam bem, a menos que tenham presenciado violência física.
O impacto do divórcio afeta as crianças de forma diferente em diferentes idades
Crianças em idade pré-escolar: As crianças em idade pré-escolar (3 a 5 anos) frequentemente reagem à separação dos pais com raiva e tristeza ao mesmo tempo. Os meninos tendem a ficar mais barulhentos, mais bravos e mais agitados. Podem não brincar tão bem com os amigos e tendem a ficar sozinhos com mais frequência. Algumas meninas nessa fase também ficam bravas, outras se transformam em adultos em miniatura, preocupadas em serem corretas.
Tanto os meninos, como as meninas dessa idade sentem-se tristes, choram mais facilmente e tronam-se mais exigentes.
Crianças em idade escolar: o divórcio parece ser particularmente difícil para as crianças de 6 a 8 anos. Os meninos dessa idade ficam particularmente perturbados pelo rompimento e, em geral, mais angustiados que as meninas. A reação básica dessas crianças é a tristeza. São as mais propensas a chorar abertamente devido à separação dos pais e muitas vezes ficam tristes e lacrimejantes. Nessa idade, as crianças são propensas a acreditar que foram rejeitadas pelo genitor que partiu.
Já as crianças de 9 a 12 anos tem mais sentimentos de raiva; podem ficar zangadas com os dois genitores, por causa do rompimento, ou apenas com o genitor que tomou a iniciativa da separação. São propensas a tomar o partido de um dos genitores, por causa do rompimento e a atribuir culpas.
Adolescência: Já os adolescentes podem exibir reações muito diferentes ao divórcio dos pais; por um lado, muitas vezes adaptam-se melhor à ruptura familiar do que as crianças mais jovens. Como estão se tornando mais independentes e distanciados das relações familiares, alguns não precisam de tanta orientação e atenção como as crianças menores.
Essas características podem deixar os pais preocupados, mas o divórcio não precisa prejudicar os filhos, nem provocar problemas de longo prazo. A qualidade da educação que você proporciona e sua atitude em relação ao filho durante o divórcio são os mais importantes determinantes da adaptação do seu filho.
Não é o divórcio em si a causa dos problemas dos filhos, e sim a forma como os pais reagem aos filhos durante o divórcio e qualidade do cuidado parental que proporcionam depois dele.
Em virtude de ser uma época difícil para todos os envolvidos, é de extrema importância que os pais possam contar com as orientações de um psicólogo infantil; assim como a criança tenha um espaço de escuta e acolhimento com um profissional especializado, para que dessa forma não apresente reações a longo prazo.