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Bater é educar? Uma reflexão sobre educar sem bater.

Tempos atrás a maioria dos pais centralizam a educação dos filhos nas famosas surras, palmatórias e fortes castigos; era uma época que os pais agiam de forma autoritária e detinham todo o conhecimento sobre os filhos. As crianças eram vistas como seres que não entendiam as coisas que aconteciam ao seu redor, restando uma postura submissa e passiva.

Mas muita coisa mudou nos últimos anos, a educação, a ciência e a família passaram por inúmeras transformações; e você já se questionou o porquê a relação entre pais e filhos permaneceria a mesma?

O primeiro esclarecimento é: não confundir a falta da “surra” com a falta de limites. Na verdade, bater não tem nada a ver com limites, são atitudes opostas. Afinal, quem bate ensina a própria falta de limites, é quando os pais perdem “a cabeça” e batem na criança, como um ato de covardia.

Com a violência física ensinamos que com violência conseguimos aquilo que desejamos.

Mas o que fazer então com os pais que ainda acham que educar com violência física é possível?

Precisamos de uma reeducação, para os pais conhecerem outras formas de educação, como a disciplina infantil positiva. Só dessa forma que os pais podem conhecer outras formas de educar os filhos, sem uso da palmada.

Mas para isso os pais precisam estar abertos a novas formas de educação, é possível sim, mas para isso precisamos reconhecer os pontos negativos da violência física e com isso pensar em novas formas de educar. É possível fazer diferente.

Portanto nesse texto, trago alguns pontos para refletirmos sobre a violência física:

– Mesmo obedecendo, a criança não aprende verdadeiramente, apenas evita alguns comportamentos por medo de apanhar, ou seja, o bater não resolve de fato os problemas da relação.

– Quando os pais batem, a criança aprende a ficar com medo do maior, do mais forte… e o mais importante aprende que o comportamento agressivo é válido.

– A criança aprende que a força física é mais importante que outras formas de educação como o diálogo, por exemplo, ou ainda que de quem ama pode agredir.

Dessa forma a criança pode ocultar ou evitar falar do que aconteceu, ou algo que a aflija, por medo das surras ou palmadas.

Portanto, é importante que os pais tenham autoridade, que significa estabelecer regras claras e objetivas para a convivência, saber dialogar e principalmente trabalhar com a premissa: castigo / consequências, que é uma forma de “punição” que deve ser levada em conta a idade da criança e algo que tanto pais quantos filhos possam cumprir.

 

* Texto publicado originalmente no blog do Descobrindo Crianças: A infância sob o olhar da Psicologia

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